O adultério
é uma praga lastimável que corrói os relacionamentos ao ponto de provocar
inimizades, separação e morte. Quando se o menciona, somos tentados a
imediatamente pensarmos nos relacionamentos humanos, traições entre cônjuges,
uma vez que a relativização das coisas e dos valores tem diminuído
drasticamente a importância do casamento e a santidade do leito conjugal. Mas
Tiago, o irmão do Senhor, refere-se no versículo 4 do quarto capítulo da carta
a ele atribuída, à um adultério ainda mais perigoso, o adultério espiritual.
Quando convertidos à Cristo se entregam sem freio ou pudor, aos deleites e
prazeres do mundo, e, colocam a esse mundo em condição e relevância superior a
Deus; ao Deus que afirmam crer.
Não é o Mundo,; o gigantesco planeta criado por
Deus e a essa existência nossa de deveres médios, o alvo das palavras do
"apóstolo" aqui. Mas, o sistema operante no mundo que sim, jaz no
maligno e que não pode nos absorver como amigos, se é que para Cristo somos
amigos. A palavra de Deus afirma explicitamente em Mateus 6.24, que é
impossível servir/agradar a dois senhores, mas é flagrante e alarmante o quanto
o cristianismo está submerso em idolatria. O cristianismo sem escolha de identidade
denominacional ou nicho, em sua absurda maioria os cristãos pós-modernos ostentam
sem qualquer receio ou constrangimento um vasto leque de ídolos e os dedicam
uma atenção, um tempo e um louvor que minam quase por completo uma tímida
lembrança do Cristo Salvador em seus atos e planos; não podemos entretanto, nos permitirmos ser demovidos das abundantes sentenças bíblicas lembrando-nos do zelo do Senhor em nos ter por propriedades exclusivas suas, pois qualquer coisa que extrapole a trindade não pode receber de nossa espiritualidade abrigo ou afeto. O mundo com certeza entende a tudo isto como fundamentalismo retrógrado e ignorante, mas, desse mesmo mundo, já fomos resgatados quando estávamos mortos em nossos pecados, e o fomos, o pagamento de alto preço. Então, sabemos bem quais os fundamentos que predominam em cada lado, para não mais sucumbirmos ao chamariz do pecado para nos afastar de Cristo.
Espanto maior que não surpreende, é o fato de que
os cristãos não manifestam fascínio apenas por ídolos seculares. Em verdade, a
igreja moderna já providenciou ou gerou, os ídolos de dentro. A idolatria
gospel é um movimento bastante amplo, diverso e dinâmico. No panteão dos ídolos
dos altares e púlpitos pode-se escolher o cantor, o pregador, o teólogo
escritor, o método e a estratégia, a HERESIA e muito mais, todos ao gosto do
cliente, assim, cada um pode referendá-lo como sumo intérprete e modelo para
sua vida.. Mas, onde está a presença e o aroma de Cristo nessa pessoa? _Uma
parcela significativa dos cristãos faz mais questão de esconder qualquer
evidência de Cristo, diante das pessoas com as quais mantêm relacionamentos.
Vergonha? temor? covardia? ou estratégia
para preservar o meio onde manifesta o seu adultério espiritual?_Sem dúvidas, é
certo que a forma como cada um compreende e vive o mundo e a si mesmo apartir
de Cristo, isso vai determinar como ela recebeu o seu dom gratúito e como ela é
povo de Deus.
Precisamos permanente e radicalmente emanar flúidos da presença
graciosa e amável de Cristo de dentro de nós. O apóstolo Paulo em sua epístola aos filipenses (a carta da alegria), exorta os cristãos daquela igreja a forma que Deus prescreve para a vida em harmonia com Cristo, com as Escrituras e com o Corpo de Cristo na terra, tais instruções são válidas para nós também que desejamos o mesmo: "... Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas. Ponham em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com vocês." Filipenses; 4: 8 e 9_ Não cabe em hipótese alguma o
argumento leviano de que as verdades aprendidas na Bíblia podem ser
reinventadas, e os costumes rejuvenescídos para esse novo cenário pós-moderno,
isso é relativização; o ser interior tem de ser também percebido externamente
pois, Cristo não é um tesouro a ser sufocado dentro de alguém e impedido de ser
apresentado para aqueles que o desconhecem e dele quase sempre sem saber, desesperadamente
necessitam. Quando alguém afirma que tem a Cristo, mas não produz evidências
disso, precisa no mínimo, voltar sua mente e seu coração para os tempos em que
Ele representava uma paz que não se explicava, uma alegria que preenchia e uma
motivação que não se cansava_ uma meditação profunda que produza a sensação de
reconciliação pessoal com Cristo produzirá também a certeza tranquila de que
não só se tem a Cristo, mas que Ele também o guarda.
O Cristo que venceu a
morte na cruz fez o que nenhum ídolo jamais podería ou pode fazer; o que Ele
fez, foi de forma pública externando um incomparável por pecadores que muitas
vezes parecem envergonhar-se dEle. É tempo de
REMOVER OS ÍDOLOS do coração, se achegarem a Deus e reconhecer a Cristo como o seu único e
suficiente Senhor.
"Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que pedir a razão da esperança que há em vocês." 1 Pedro: 3: 15.