sábado, 15 de abril de 2017

Páscoa e ressignificância











                 Páscoa e ressignificância I


       "Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, a sua mãe, tinha casamento contratado com José. Mas, antes de se unirem em casamento, ela se achou grávida pelo Espírito Santo. José, 
 com quem Maria estava para casar, sendo um homem justo e não querendo envergonhá-la em público, resolveu deixá-la sem que ninguém soubesse. Enquanto ele refletia sobre isso, eis que lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo:
 _ José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque o wque nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e você porá nele o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles."   
                                                                                      Mateus 1. 18-21.
   "A partir do meio-dia, houve trevas sobre toda a terra até as três horas da tarde. Por volta de três horas da tarde, Jesus clamou em alta voz, dizendo: 
_ Eli, Eli, lamá sabactâni?
      (Isso quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?)
      Alguns dos que estavam ali, ouvindo isto, diziam:
_ Ele chama por Elias.
       E, logo, um deles correu a buscar uma esponja e, tendo-a embebido em vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe de beber. Os outros, porém, diziam: 
_ Espere! vejamos se Elias vem para salvá-lo. 
       E Jesus, clamando outra vez em alta voz, entregou o espírito."

                                                                                   Mateus 27. 45-50. 

          "Passado o sábado, no começo do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a  outra Maria foram ver o túmulo. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou sobre ela. O aspecto dele era como um relâmpago, e a sua roupa era branca como a neve. E os guardas tremeram de medo e ficaram como se estivessem mortos. Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse:
 _ Não tenham medo! Sei que vocês procuram Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Venham ver onde ele jazia. Agora vão depressa e digam aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vocês para a Galiléia; lá vocês o verão. é como acabei  de dizer a vocês." 
                                                                                     Mateus 28. 1-7.








                                     A páscoa (pessach) nasceu como um livramento divino e se fez judaica significando um movimento iniciado por Deus libertando o seu povo (Israel) da escravidão no Egito, depois de derramar seu juízo, promovendo a morte dos primogênitos egípcios ao passo que livrando os filhos de Israel através do sangue de cordeiros sacrificados por sobre quem sua ira passou, e depois, conduzindo-os a caminho da Terra Prometida. Mais tarde, a páscoa tornou-se, sem anular a importância e o significado histórico da primeira, um livramento igualmente divino, dessa vez maior e final, trazendo um novo cordeiro, esse, Jesus, o próprio Filho de Deus encarnado, oferecendo seu sangue expiatíório pelos pecados, que são os grilhões do espírito humano, ao homem que responde ao chamado de reconciliação de Deus e, que em face da ira vindoura, do juízo final, a morte não provoca mais o dano declinação eterna.
                              Páscoa antes e depois sempre foram livramentos divinos que consequentemente  provocam êxodos humanos, o primeiro, uma caminhada que age sobre a carne, experimenta do suor e cansaço do deserto, mas aponta para a liberdade e para uma nova terra. A segunda, uma caminhada que age sobre a carne também, mas crava ação profunda que invade o espírito, esvazia as inclinações e desejos autônomos, obstrui o ego e aponta para a graça de Deus, a nova e eterna vida. No entanto, quando pensamos em manifestações públicas mais amplas dentro do período pascal, surge preponderante, o coelhinho e os ovos de chocolate, a embriaguez do vinho embebida com práticas mundanas das mais reprováveis e outras, mas isso, corresponde ao espelho mais simplório e vulgar das distorções de sentido e significado, porque muitas vezes elas estão atreladas a uma ignorância ou uma alienação alimentada pela fraqueza intelectual de quem as vive, e também, as vezes, pequenos esforços podem provocar a correção desta percepção. Um quadro muito mais grave, vem sendo composto dentro dos meios por onde se propaga o conhecimento mais alto e onde se alimenta os hábitos de consumo e de circulação das sociedades: são consecutivamente, as universidades e a mídia formadora de opinião.   
                               Ao pensarmos no grosso das instituições de ensino superior, deparamo-nos com um cenário alarmante de pessoas que vem bebendo de conteúdos ideológicos e que tem aprendido a propagar como discurso uníssono (tal, qual um conjunto de sentenças memorizadas por um papagaio) ideias revolucionárias que se insurgem contra os chamados valores tradicionais ou conservadores, ou num limite ora extremo, 'fascistas'. Um contingente absurdo de jovens que vem egressos dos bancos universitários cospem um sistema de crenças ateístas que agride instituições milenares, quando não institutos que se confundem com o próprio tempo, tais como a vida, a liberdade, a ordem, a conjunção de direitos e deveres e família, etc.   
                              Quando apontamos nossas atenções para a mídia formadora de opinião, contemplamos veículos de informação que não oferecem a notícia, mas interpretações de fatos formatados por seus horizontes de consciência. Encontramos intelectuais, artistas e publicitários (sim, estes últimos pautam nosso consumo posterior) comprometidos igualmente com uma agenda ideológica uniforme e que repele o livre pensar e a pluralidade. O filósofo Platão muito provavelmente refletindo sob influência socrática se insurge fortemente contra os poetas de sua época por corromper a realidade e a interpretação objetiva da realidade através das palavras que conferem sentidos distintos e alienados ao objeto da realidade, do qual a filosofia precipuamente se ocupa. Podemos, com o risco de cometermos o erro de proporção, estender o termo poeta, para os intelectuais, artistas e publicitários, que de forma menos elegante enquanto conceito, mas, mais fluído enquanto produto das sensações primárias. Estamos consumindo a cicuta de Sócrates em cálice de vinho no momento em que nos deixamos desapercebidamente passivos à oferta da interpretação da realidade, em vez da sua informação cristalina; acolhemos arte escrita, falada ou cinematografada e televisada com o espírito ingênuo e submisso; e, quando nos aliamos a homens que proclamam a autorrepresentação do ideal de perfeição e da condição de messias humanos. A própria Bíblia  Sagrada há muito nos alerta para sermos céticos em face das iniciativas e alianças humanas (Jeremias. 17.5).
                         A celebração da páscoa (como tomada por exemplo) assim como de outras grandes datas do calendário litúrgico religioso, ainda que fortemente subvertida pelas tantas cadeias de ideologias que visam deteriorar e aniquilar o amplo sistema  de crenças e valores judaico-cristãos, remete ainda hoje, de forma evidente, à uma corrente de fatos históricos e de convicções fortemente arraigadas no inconsciente coletivo das sociedades livres, sobretudo, as ocidentais. Isto (esses valores e crenças) corresponde de forma direta a um conjunto de tradições e de defensores crentes das mesmas que possibilitou através dos séculos a preservação de instituições virtuosas que por sua vez, não só solidificou e promoveu uma margem essencial de equilíbrio no mundo, como também assegurou uma razoável estabilidade das interrelações humanas individuais e coletivas em conformidade com os avanços sociais e o progresso tecnológico. Evidentemente, houve acidentes e deformações no percurso da história, mas, é inequívoco que foi a interrelação do homem com Deus e sua Palavra, que em última instância proporcionou a continuidade do mundo como hoje o contemplamos, com suas virtudes e suas distorções.
                        Quando nos detemos por instantes e averiguamos com maior interesse o meio que nos cerca, percebemos que sutil mas latentemente age uma rede de ideias e condutas político-ideológicas e culturais com um intuito único e escalonado: primeiro atribuir interpretações novas e "puras" para todas aquelas crenças e valores, normas culturais e a própria percepção da realidade, não importa o quanto elas já sejam comprovadas e estejam impressas na identidade humana de onde derivara,  são as ressignificâncias que representam uma forte linha de combate que vem sendo travada de forma desigual nos campi universitários, na linguística e na publicidade; segundo, a substituição dos termos e de seus significados referentes por uma ordem nova de terminologias e significados completamente destituída de orientação teológica e que atenda a orientação de uma supremacia humana inicialmente livre de quaisquer amarras a ímpetos revolucionários, mas que corre com passos largos para um aprisionamento das vontades e das liberdades em face de um novo deus; o supremo líder e pai de todos. Estamos nós como plantas infrutíferas cercadas de ervas daninhas e, nossa inanição pode custar a sobrevivência saudável das sociedades que nos sucederão, filhos, netos e demais continuadores. exige-se portanto, um despertar que comece pela rejeição do establishment e a busca da verdade, dos princípios fundadores de nossa civilização e de nossas crenças transcendentais.
                            Em virtude então desse ataque contra a compreensão de mundo judaico-cristã, a trincheira que deve ser erguida por nós, que nela ou dela nascemos, permanece inalterada, é a mesma trincheira da Verdade e de sua defesa aliada intelectualmente a uma robusta gama de conhecimento das suas ciências derivadas, não alicerçada no simples credo estático e ingênuo, que nos manteve e nos sustentará pelos tempos que ainda virão, sejam eles tamanhos o quanto forem. A Verdade nunca morre e, até mesmo a fé do homem, tal qual uma fênix, pode renascer de cinzas e da decrepitude, se em vez de relativas verdades, na Verdade que é Cristo, morto em sacrifício a Deus e ressurreto para o perdão de seus pecados, ele estiver espiritualmente firmado... _ rejeite novas interpretações de suas crenças e convicções mais profundas, desfrute e persevere pela continuidade ininterrupta da liberdade que Deus oferece-lhe em Cristo, e, não confie a ladrões de almas, a  centelha de luz, a imagem refletida de Deus em você.





 Leituras sugeridas: 

. Bíblia Sagrada (não sugerida, obrigatória)
. A conspiração aberta _ Diagramas para uma revolução mundial / H.G. Wells / Vide editorial.
.1984 / George Orwell / Companhia das Letras
.Os Intelectuais e a Sociedade / Thomas Sowell / É Realizações. 
 .A Poeira da Glória _ Uma (inesperada) história da literatura brasileira / Martim Vasques da Cunha / Editora Record

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017





  O Espírito Santo é o pedagogo dos mistérios da fé cristã 
                              
                                     ( II de II ) 




 
Ilustração que retrata uma perspectiva dos eventos do Pentecostes descritos no livro dos Atos dos apóstolos




 
     O que aprendemos como matéria de fé e de ordenamento histórico-bibliográfico com a ressurreição e ascensão de Cristo é que a sequência prenunciada do plano de Deus em seu relacionamento com o homem e sua participação visível na história se têm cumprido de forma infalível, e através do advento, o Espírito Santo vem como a voz ativa do arquiteto  final da construção da grande Igreja de Deus, falando diretamente aos corações dos homens a quem Deus escolheu desde antes da fundação do mundo. Para o teólogo Sinclair Ferguson, "A correlação entre a ascensão de Cristo e a descida do Espírito Santo assinala que o dom e os dons do Espírito servem como a manifestação externa do triunfo e entronização de Cristo. Paulo sublinha esta verdade com a citação do Salmo 68.18, em Efésios 4.7-8: 'quando Ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens.' O derramamento desses dons do Espírito marca a ruína dos inimigos de Cristo e o início da igreja ( Mt 16.18 ). [...] dons do Espírito são dados para equipar o povo de Deus e capacitá-lo a pôr em evidência a glória de Deus, a plenitude de Cristo, no templo de Deus (Ef 4. 12, 16). Cristo assim adorna sua esposa, seu corpo".  Não há dúvidas de que o grande 'desejo' de Deus é que os seus o conheçam, que conheçam sua Palavra e Revelação. O Espírito Santo é o artífice desse remate na mente do homem. O seu dom E os seus dons são sobretudo manifestações do conhecimento de Deus quando observados em seres restaurados. A maior atribuição ou mais justa que pode ser conferida ao Espírito Santo, é a de o Grande pedagogo da fé cristã. Até mesmo o seu prenome, o Consolador (por conseguinte, sua atuação), no seu sentido original aponta para o  encorajamento, para o fortalecimento e convicção, qualidades próprias àqueles que estão firmados através de um conhecimento de verdade plena.

            Ações do Espírito Santo que mostram sua função de pedagogo
·         O Espírito Santo nos orienta em nossos planos e movimentos missionários, em consonância com Deus, assim como foi com Filipe na estrada deserta entre Jerusalém e Gaza (Atos dos apóstolos= do Espírito Santo, 8. 25-40). O anjo do Senhor (no pensamento judaico, uma manifestação do próprio Espírito) ordenou a Filipe que fosse até o tal lugar e ao lá chegar, o próprio Espírito Santo falou-lhe orientando-o acerca da missão para a qual fora enviado; Ensinar ao importante representante do reino da Etiópia a mensagem do livro de Isaias que até então ele não compreendia. Cabe aqui destacar a característica desbravadora que o Evangelho viria a alcançar através do testemunho daquele homem piedoso, mas que desconhecia o pleno cumprimento das profecias daquele livro. E é certo que aquele homem desempenharia papel de importância na propagação do Evangelho, a nossa desconfiança acerca disso parte as vezes da nossa atitude de esperar dos outros o papel de testemunhar de Cristo, mas , aquele oficial egípcio foi cheio de gozo e do Espírito. Sem dúvidas ele pregou a Boa Nova na Etiópia.
·         O Espírito Santo é o intérprete da Palavra de Deus para todas as consciências cheias de dúvidas e tomadas de incertezas ( 1 Coríntios, 2. 11-16) e nisto, ele atua de duas formas. Primeiro, ele decodifica questões que os mestres humanos não conseguem nos transmitir de maneira que compreendamos, Ele nos abriu o entendimento para aceitar a mensagem do Evangelho quando éramos ainda ímpios, e, mesmo depois de sermos alcançados pela graça, ajuda-nos na compreensão do texto sagrado fazendo com que o recebamos pronta e confiantemente como matéria de fé (vide exemplos: natureza adâmica trindade, soberania de Deus e responsabilidade humana, e glorificação.). Em verdade, o Espírito Santo, realiza em nós, nos crentes, um milagre cotidiano que vem desde o instante em que o recebemos.
               Compreender ainda que de formas distintas e em proporções distintas, e aceitar a PALAVRA da VERDADE como um modelo a ser copiado*, um código a ser obedecido* e um alimento para a esperança* , e não a loucura aos olhos do mundo que não a pode discernir porque não têm o Espírito, é mais que um milagre sobrenatural que se repete a todo momento, é também evidência do amor de Deus por cada um daqueles a quem Ele chamou; evidência de que essa habitação do Espírito em cada um crente é como que o penhor, a garantia de que ele não se rebelou contra a Palavra, mesmo quando discordamos de algum procedimento da Igreja; a compreensão e o acolhimento corretos da Verdade é sinal seguro do pertencimento do crente ao Corpo de Cristo; o desigrejado e o membro de igreja disciplinado não deve jamais  ser considerado como um caso perdido para a Igreja.  Logo, assim como o Espírito Santo habita em nós e orienta nossas ações específicas e gerais no plano de Deus, devemos dar continuidade ao movimento do Corpo que vem por impulso do próprio Espírito* (mediante os frutos do Espírito, amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio-próprio = Gálatas, 5. 21 e 22)  e celebrar a perfeita união da trindade agindo mediante a trindade; Vivendo para a glória de Deus, mostrando o Cristo ao mundo e orando no Espírito para que o mesmo abra olhos e ouvidos dos que estão espiritualmente mortos.
_ Que não pareça-lhes aqui que faço uma defesa daquele que está afastado da igreja e que relativizo o seu pecado. É Claro que uma igreja saudável e teologicamente sã tem toda a autonomia para administrar a disciplina bíblica e, isso deve ser tido como aspecto da graça e não de juízo. Pois a própria Escritura diz isto em Hebreus. 12, 8 e 11, a disciplina da igreja como reflexo da disciplina de Deus primeiro pode até parecer ruim, mas ao fim ela produzirá fruto de gozo. Conforme nos alerta John Stott: discipulado e disciplina possuem a mesma raiz lingüística, o que indica que ambas caminham lado a lado. Então, assim como um pai age com os filhos, assim como Deus age com os seus filhos, a Igreja deve fazer com seus membros em amor e sempre visando o aprimoramento deles.
·         Devemos ressaltar que a Trindade é a vida da igreja na sua forma mais completa, e, assim como não devemos diminuir qualquer uma das suas três pessoas, não podemos conceber uma igreja onde só uma delas é celebrada com os mais altos louvores. Uma igreja baseada em batismo e experiências extáticas no Espírito não honram o propósito amplo de Deus de construir sua história com a humanidade com a glória e o amor do pai, com a entrega sacrificial do Filho e com o próprio preenchimento de fé definitivo do Espírito Santo. Também, é inconcebível que igrejas que se detêm com profundidade no estudo e no conhecimento da Palavra, se constranjam de clamar em seu favor e dizer com fé e entrega, Vinde, Espírito Santo.

     
           
O Espírito Santo  sela os crentes e neles permanece
     O Teólogo Andreas J. Kostenberger apresenta uma característica do Espírito Santo no Evangelho de João que deve antes de tudo trazer alento e incentivo para a missão para a qual Cristo chamou os crentes, o ide, o fazer discípulos do Caminho: “Há outra característica da vinda do Espírito que é importante destacar. O Espírito que desceu sobre Jesus “permanece sobre ele (1. 32,33). Essa afirmação é surpreendente. De acordo com alguns textos do Segundo Templo, o Espírito Santo havia deixado Israel. Aliás, na apresentação de João, “a permanência da unção de Jesus é sublinhada de forma a contrastar diretamente com a transitoriedade de outras inspirações proféticas na história de Israel”. Assim como a pomba depois do dilúvio tentou muitas vezes até encontrar um lugar permanente de descanso (Gn 8.6-12) agora também,  no clímax da história de Israel, O Espírito de Deus encontrou um lugar permanente de descanso e permanece no Filho de Deus encarnado (1.32).
       Essa permanência que caracteriza a presença do Espírito em Jesus marcará posteriormente a concessão do Espírito por ele. No discurso de despedida, Jesus promete a seus discípulos que o Espírito permaneceria com eles para sempre (14. 16, 17). Em Jesus, e por meio dele, a plenitude da bênção escatológica de Deus na pessoa do Espírito Santo chegou. E veio para ficar.     
        Não há dúvidas de que uma igreja que caminha em equilíbrio perfeito por dentro e para além de suas paredes é uma comunidade que edifica  permanentemente a sua membresia e ao mesmo tempo propaga o Evangelho ao Mundo. Mas, sobretudo, a Igreja não pode em momento algum, buscar escusas para sua omissão ou desprezo pelo anúncio da Boa Nova aos não-crentes.
          A Bíblia Sagrada não oferece nenhuma espécie de subterfúgio para essa prostração que quando é levada a cabo pela igreja é na verdade pecado contra a graça, contra o sacrifício de Cristo. A igreja não pode ficar também paralisada diante da necessidade do mundo procurando estratégias minuciosas e exatas por medo de não alcançar seu objetivo. /// Se há lá fora pessoas sedentas pela mensagem de regeneração e renovação que é a mensagem de Cristo, a igreja deve única e simplesmente ir. Ir para fora, e levar-lhes o Pão da Vida. // Ainda mais que como calvinistas que crêem na ação soberana de Deus, sabem todos aqui que entre todos os povos, etnias e nações, Deus tem os seus eleitos, Deus tem os que Ele chamou, chama ou chamará “das trevas para a sua maravilhosa Luz”. Portanto, dentre seus vizinhos, dentre seus amigos, dentre seus familiares, dentre seus conterrâneos e em todo lugar, alguém é um destes a quem Deus quer resgatar e salvar (Gl. 3 6-9). E, Ele o fará. Mas é certo que ele fará preferencialmente usando a sua voz. Logo, o chamado ou mandamento para a igreja começa por cada indivíduo. A igreja não realizará missões se seu povo não abrir seu coração e sua boca, se não dobrar os joelhos e investir.